A criança Artur Antunes Lopes, 8 anos, escapou por pouco da morte ao ter o pescoço cortado por linha de pipa com cerol, mistura de cola com vidro moÃdo. O incidente aconteceu no último sábado (17), em uma chácara na Praia dos Namorados, em Americana.
A mãe do menino, Pâmela Priscila Antunes, 28 anos, afirmou ao blog que seu filho estava no imóvel na rua Isabela Ferro Santarosa (atrás da base da PolÃcia Militar Rodoviária) ao lado de um amiguinho de 10 anos andando com bicicletas quando ambos foram atingidos pela linha. “Meu filho sofreu um corte profundo, o pai do coleguinha dele o socorreu com rapidez para o Hospital Municipal. O médico disse que foi Deus que salvou meu filho, já que por poucos milÃmetros a veia jugular seria cortada”, afirmou Pâmela.
Artur sofreu 15 pontos e recebeu alta no mesmo dia. Já o seu amigo, sofreu um pequeno corte superficial. Um adolescente de 14 anos foi o responsável pelo incidente. Ele foi localizado pela famÃlia da vÃtima que preferiu não denunciar o fato à polÃcia. “Espero que os pais orientem seus filhos a não usar linha com cerol, o meu menino poderia ter morrido”, destacou a mãe da criança ferida. Imagem: FamÃlia de Artur.
PROIBIÇÃO:
Foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, em Janeiro de 2006, a lei que proÃbe o uso de cerol em linhas de pipas. Quem não cumprir a lei pagará uma multa de aproximadamente R$ 70.
O projeto de lei foi apresentado em 2001 pelo deputado Rafael Silva (PDT). O parlamentar disse que “já é costumeiro acompanharmos notÃcias de pessoas que ficaram feridas, ou perderam suas vidas, por cortes feitos pelas linhas com cerol. Recentemente, um motoqueiro morreu na zona norte da Capital, vÃtima de uma linha de pipa que estava esticada no meio da rua. No interior, é a mesma coisa. São várias famÃlias que acabam tendo seus filhos vÃtimas da linha com cerol. É uma lei que precisará ser colocada em prática em nosso Estado. Os municÃpios vão precisar ajudar na fiscalização e punição dos infratores.”
Existe na Capital, desde 1998, uma lei que proÃbe a venda de vidro para menores de 18 anos. No Estado, segundo matérias publicadas pelos veÃculos de comunicação, pelos menos cinco pessoas morreram no ano passado, vÃtimas de linhas com cerol. O advogado e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Romualdo Galvão Dias, disse que para a lei ser cumprida, é necessário que haja uma fiscalização.
O deputado Rafael Silva pretende fazer um trabalho de divulgação da lei em todo o Estado de São Paulo. “Só assim poderemos ter uma fiscalização sobre a proibição do uso de cerol em linhas”, diz ele.