As perdas de receita das concessionárias de rodovias federais que foram afetadas pela pandemia do coronavÃrus serão recompostas por reajustes nas tarifas de pedágio cobradas dos usuários. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável por reequilibrar os contratos das empresas que administram estradas federais, aprovou na última quinta-feira (4) a metodologia que vai reger esse processo, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8). Para mitigar o impacto para os motoristas, a ANTT poderá implementar a recomposição do equilÃbrio de forma parcelada, ou seja, elaborar uma forma de diluir os aumentos tarifários. O reequilÃbrio das concessões afetadas pela pandemia é um assunto discutido há meses pela ANTT. Pela lei, concessionárias de serviços públicos têm o direito de recompor suas perdas quando um acontecimento não pactuado mexe com o equilÃbrio financeiro do contrato. Isso foi reconhecido também em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) produzido no ano passado, quando os serviços de transporte começaram a sentir os efeitos da redução drástica de locomoção de veÃculos em função da pandemia. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), no acumulado de 2020, o fluxo de veÃculos nas rodovias pedagiadas do Brasil caiu 13,1%, afetado mais fortemente pela redução do tráfego de leves (-16,9%) do que de pesados (-1,1%). Há várias formas de o poder público compensar o concessionário nessas situações, entre elas o reajuste tarifário – escolhido pela ANTT no caso das rodovias -, o pagamento direto pelos danos, o alÃvio nas exigências de investimentos e o aumento do prazo da concessão, por exemplo. Os impactos para cada concessionária serão medidos no mesmo perÃodo em que as empresas têm seus contratos revisados ordinariamente pela ANTT. Em razão disso, a metodologia publicada nesta segunda passa a vigorar somente a partir de 3 de março de 2022. A data foi definida para que não haja atraso nas revisões em andamento neste ano. Dessa forma, os efeitos financeiros dos reequilÃbrios extraordinários serão percebidos juntamente das revisões ordinárias analisadas pela ANTT ao longo do próximo ano.